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Atividade física, regeneração e neuroplasticidade: o impacto do movimento sobre o corpo e o cérebro

A ciência contemporânea tem demonstrado que o exercício físico vai muito além do ganho de força ou condicionamento. Ele atua como uma verdadeira intervenção biológica, capaz de estimular a regeneração tecidual, equilibrar processos metabólicos e promover a reorganização do sistema nervoso.


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Durante a prática de atividade física — especialmente exercícios aeróbicos e resistidos em intensidades controladas — os músculos passam a liberar proteínas conhecidas como mioquinas. Essas substâncias funcionam como mensageiros químicos que conectam o músculo a diversos órgãos, como cérebro, fígado, intestino e coração, produzindo efeitos sistêmicos sobre a saúde e o controle da dor.


Neuroplasticidade e fatores neurotróficos


A contração muscular estimula a produção de fatores neurotróficos, como o BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor), responsável por favorecer o crescimento, a conexão e a adaptação entre neurônios. Esse processo, conhecido como neuroplasticidade, é essencial para a aprendizagem motora, a reorganização funcional e a modulação da dor — especialmente em programas de reeducação neuromotora.


Regulação inflamatória e função imune


As mioquinas também desempenham um papel fundamental na regulação da inflamação crônica de baixo grau. Elas reduzem mediadores inflamatórios, aumentam a eficiência do sistema antioxidante e contribuem para o controle de condições como fibromialgia, osteoartrite e dor lombar persistente.


Fluxo sanguíneo e regeneração tecidual


O exercício melhora o fluxo sanguíneo e estimula a angiogênese (formação de novos vasos), otimizando o metabolismo celular e acelerando a recuperação de músculos e tecidos lesionados. Esse mecanismo é determinante para processos de reabilitação e retorno funcional seguro.


Saúde emocional e cognitiva


Além dos efeitos físicos, o movimento influencia diretamente áreas cerebrais relacionadas à motivação, ao humor e à percepção da dor. A liberação de neurotransmissores como serotonina e dopamina contribui para o bem-estar emocional e para uma melhor relação do paciente com o próprio corpo e com o processo terapêutico.


Na REABFISIO, esses princípios norteiam todo o processo de reabilitação. Os planos terapêuticos integram atividade física orientada, reeducação neuromotora, pilates clínico e tecnologias como o laser de alta potência, estimulando simultaneamente mecanismos de regeneração, neuroplasticidade e modulação da dor.

Quando o corpo se move, o cérebro se reconecta. O exercício deixa de ser apenas movimento — e passa a ser uma forma de reprogramação biológica e funcional.


Referências principais

  • Zarei N. et al. (2025). Exercise intensity matters: muscle-derived neuroprotective myokines.

  • Núñez-Cortés R. et al. (2025). Physical Activity as a Central Pillar in Chronic Musculoskeletal Pain. Journal of Functional Morphology and Kinesiology, 10(2), 183.

 
 
 

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