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Atividade física: o pilar central no controle da dor crônica musculoesquelética

A dor crônica musculoesquelética é uma das principais causas de limitação funcional e perda de qualidade de vida. Nos últimos anos, a ciência tem reforçado um ponto essencial: o movimento — quando orientado, seguro e individualizado — é uma das intervenções mais eficazes para modular a dor e restaurar a função do corpo e do sistema nervoso.


Um artigo recente publicado no Journal of Functional Morphology and Kinesiology (Núñez-Cortés et al., 2025) descreve a atividade física como um pilar central na modificação do estilo de vida para pessoas que convivem com dor persistente. Segundo os autores, o exercício atua simultaneamente em múltiplos sistemas corporais — incluindo o cérebro, o sistema imune e o metabolismo — promovendo uma reorganização funcional que favorece a analgesia e o bem-estar.

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Como o exercício modula a dor?


A ciência identifica diversos mecanismos fisiológicos responsáveis pelos efeitos positivos da atividade física na dor crônica:


🧠 Plasticidade neuronal e reorganização do sistema nervoso

O exercício aumenta a liberação de fatores neurotróficos, como o BDNF (Brain-Derived Neurotrophic Factor), essencial para a comunicação entre neurônios e para a reorganização das vias neurais envolvidas na dor.


🌿 Liberação de serotonina, endorfinas e endocanabinoides

Esses mediadores modulam os circuitos inibitórios da dor, diminuem a hipersensibilidade central e melhoram o humor. Ou seja, ajudam o corpo a regular naturalmente sua própria dor.


🛡 Regulação da inflamação crônica e melhora da função imune

A atividade física reduz mediadores inflamatórios sistêmicos, aumenta a eficiência mitocondrial e fortalece o sistema imune — fatores essenciais para a recuperação de tecidos e o controle da dor persistente.


💛 Controle emocional e cognitivo da dor

O exercício influencia diretamente regiões cerebrais relacionadas à percepção da dor, ao estresse e à resposta emocional. Isso modifica como o cérebro interpreta sinais que antes eram percebidos como ameaçadores.


Muito além de “fortalecer músculos”

Esses mecanismos mostram que o exercício não serve apenas para ganhar força. Ele reeduca o sistema nervoso, ajudando o corpo a:

  • melhorar a coordenação,

  • reduzir padrões de tensão,

  • modular respostas inflamatórias,

  • e reinterpretar estímulos corporais de forma menos dolorosa.

Por isso, a prescrição deve ser individualizada e conduzida por profissionais capacitados em dor crônica e reabilitação integrada — evitando sobrecarga, medo do movimento e práticas inadequadas.


Como trabalhamos isso na REABFISIO

Na REABFISIO, a atividade física terapêutica é aplicada com base nos princípios modernos da neurociência da dor e reabilitação integrativa. Utilizamos ferramentas como:

  • Reeducação neuromotora

  • Fisioterapia funcional

  • Pilates clínico

  • Laser de alta potência

Essa combinação permite modular inflamação, restaurar padrões motores, melhorar a coordenação e promover o retorno seguro e progressivo às atividades do dia a dia.


Conclusão: movimento é intervenção biológica

O movimento reorganiza o cérebro e o corpo. Quando orientado corretamente, ele se torna um dos moduladores mais potentes da dor crônica, ajudando o paciente a recuperar autonomia, confiança e qualidade de vida.


Referência:Núñez-Cortés R., Salazar-Méndez J., & Nijs J. (2025). Physical Activity as a Central Pillar of Lifestyle Modification in the Management of Chronic Musculoskeletal Pain: A Narrative Review. Journal of Functional Morphology and Kinesiology, 10(2), 183.


 
 
 

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